Dibs - Em busca de si mesmo
“O estreitamento ou a ampliação do horizonte interior do ser humano não pode ser medido por outra pessoa”. Esta frase da autora, Virginia M. Axline, evidencializa a amplitude do universo interno de cada indivíduo.
Por não apresentar um desenvolvimento “padrão”, o pequeno Dibs era considerado por seus pais um deficiente mental, com inteligência limitada e cognição deficiente. Por outro lado, na escola, Dibs era respeitado por suas professoras que nutriam a esperança de vê-lo se desenvolver como as outras crianças.
O processo do desenvolvimento pessoal, apesar de sofrer influência do meio, é algo individual, particular, cheio de significados e construído a partir da história de cada um.
Dibs, desde muito cedo, se mostrou uma criança individualista, resistente, inteligente e agressiva. Em seu modo particular de ser, não sabia demonstrar afeto, sociabilidade ou inteligência e, aparentemente, também não tinha vontade de fazê-lo.
Com a permissão dos pais para frequentar a sala de ludoterapia do Centro de Orientação Infantil, Dibs teve a oportunidade de experimentar um novo e atraente mundo, com a consciência de que poderia se sentir livre para manifestar suas vontades e sentimentos.
A profissional que o acompanhou, Miss A., tinha a missão de “destrancar” as portas do pensamento de Dibs e buscar as respostas para o seu “inadequado” comportamento. Neste universo não existem respostas prontas para dissolver os bloqueios mentais e o grande desafio era conquistar a confiança de uma criança já tão ferida na sua construção.
O processo da ludoterapia auxilia na compreensão da subjetividade, da imaginação e da intuição uma vez que corta o vínculo com os clichês, as interpretações rápidas e as explicações, dando espaço para uma profunda observação do comportamento. O valor terapêutico desse tipo de ajuda psicológica é baseado na experiência da própria criança, como um ser capaz, como uma pessoa responsável em