O Filme apresenta-nos uma dialética socrática, notadamente, a partir do depoimento da acusação, onde se tenta buscar na reminiscência da depoente, a verdade. Pois, segundo Sócrates, a verdade, ela sempre estará lá, seja qual for. Com as alegações da acusação ou tese, inicia-se a dialética. O réu sofre todas as acusações para o convencimento do júri. Prosseguindo, a defesa utiliza-se da maiêutica para fazer sua antítese, procurando desqualificar a depoente usando o recurso de tirar do seu íntimo, da sua reminiscência a verdade, de forma a mostrar ao júri que tudo não passa de situações inventadas e\ou manipuladas pela menina, na sua subjetividade com o intuito de que o acusado seja condenado pelos abusos contra ela. Os argumentos e formas usadas na busca da verdade a faz caiar em contradição e a desqualifica perante o Júri, ainda que o réu não seja inocente. Cumpre-se a antítese(alegações contraditórias às iniciais) com fiel cumprimento a dialética socrática. Por fim, coroa-se o ensinamento socrático com o resultado da decisão do Júri, que faz sua síntese(Decisão) a favor do réu, não afirmando que o ele não cometeu os abusos, mas que diante da tese de acusação apresentada e da antítese da defesa que desqualificou a ação e o testemunho da acusadora, considerou-o inocente para aquela acusação. A dialética(tese, antítese e síntese) foi cronologicamente usada e coroada no julgamento. É uma narrativa intensa do cotidiano policial e da segurança pública do Rio de Janeiro, mas precisamente do Capitão Nascimento e do BOPE(Batalhão de Operações Especiais) e nos remete à frase atribuída a Maquiavel: “Os fins justificam os meios”. O filme apresenta uma crítica aos meios empregados para obtenção de informações e confissões relativas á corrupção no submundo do crime e também dentro da própria polícia, ao mesmo tempo tenta justificar, como em Maquiavel, as ações daquela corporação. O filme torna-se muito próximo da realidade, do nosso cotidiano, pois traz à tona questões