socrates e os sofistas
01-INTRODUÇÃO
O pensamento de Sócrates é um marco na constituição de nossa tradição filosófica, e pode-se dizer que inaugura a filosofia clássica rompendo com a preocupação quase que exclusivamente centrada na formulação de doutrinas sobre a realidade natural que encontramos nos filósofos pré-socráticos. A própria denominação “pré-socrática” já reflete a importância da filosofia de Sócrates como um divisor de águas. Os sofistas são contemporâneos de Sócrates, seu principal adversário, assim com foram posteriormente Platão e Aristóteles. Apesar disso Sócrates e os Sofistas compartilham, embora com visões diferentes e até mesmo diametralmente opostas, o interesse fundamental pela problemática ético-política pela questão do homem enquanto cidadão da polis, que passa a se organizar politicamente no sistema que conhecemos como democracia. O pensamento de Sócrates e dos Sofistas deve ser entendido, portanto, tendo como pano de fundo o contexto histórico e sociopolítico de sua época, pois tem um compromisso bastante direto e explícito com essa realidade.
A-OS SOFISTAS
Os sofistas surgem exatamente nesse momento de passagem da tirania para oligarquia para a democracia. São os mestres de retórica e oratória, muitas vezes mestres itinerantes, que percorrem as cidades-estados fornecendo seus ensinamentos, sua técnica, suas habilidades aos governantes e aos políticos em geral. Há, portanto uma Paideia, um ensinamento, uma formação pela qual os sofistas foram responsáveis, consistindo basicamente numa determinada forma de preparação do cidadão para a participação na vida política. Os sofistas foram, portanto filósofos e educadores, além de mestres de retórica e de oratória, embora este papel lhes seja negado p. ex :por Platão. Os próprios termos sofistas e “sofisma” acabaram por adquirir uma conotação fortemente depreciativa, embora “sofista inicialmente significasse tão-somente “sábio”“.
Os principais e mais conhecidos sofistas foram Protágoras de