Sócrates e os sofistas
O pensamento de Sócrates inaugura a filosofia clássica, rompendo com a preocupação quase que exclusivamente centrada na formulação de doutrinas sobre a realidade natural que encontramos nos filósofos pré-socráticos, é nesse momento que a problemática ético-politica passa ao primeiro plano da discussão filosófica como questão urgente da sociedade grega, superando a questão da natureza como temática central. Os sofistas são contemporâneos de Sócrates, seu principal adversário, eles compartilham o interesse fundamental pela problemática ético-politica, pela questão do homem enquanto cidadão da Polis, que passa a se organizar politicamente no sistema que conhecemos como democracia, a democracia representa a possibilidade de se resolverem através do entendimento mutuo e de leis iguais para todos, o que significa que as discussões são tomadas por consenso, o que acarreta em persuadir, convencer, justificar e explicar sem usar da força ou da autoridade divina; as decisões eram tomadas em reuniões de cidadãos, a Assembleia. Os sofistas eram os mestres da retorica e oratória que percorriam as cidades-estados fornecendo seus ensinamentos, técnicas e habilidades aos governantes e políticos em geral, há, portanto uma Paideia (ensinamento, formação) pela qual os sofistas foram responsáveis consistindo basicamente numa determinada forma de preparação do cidadão para participação na vida politica. Protágoras e Górgias foram os mais importantes e influentes sofistas, o fragmento mais conhecido de Protágoras é “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são” isto é, as coisas são como nos parecem ser, como se mostram à nossa percepção sensorial, e não temos nenhum outro critério para decidir essa questão é o que de certa forma sintetiza duas ideias centrais associadas aos sofistas, o humanismo e o relativismo. A técnica argumentativa de Protágoras é a antilógica, como tentativa de argumentação pró e contra