Dialogo e coragem fazem um líder sustentável
Formação desse profissional é tarefa urgente para revisão do modo de fazer negócios responsáveis.
02.10.2007 - GAZETA RICARDO VOLTOLINI
MERCANTIL
O mundo empresarial carece de líderes socioambientalmente responsáveis, segundo o Global Compact, programa da Organização das Nações Unidas(ONU). E formá-los consiste numa tarefa tão urgente quanto necessária para uma revisão dos modos de pensar e fazer negócios à luz dos novos conceitos da sustentabilidade. Segundo o programa, os líderes globalmente responsáveis enfrentam quatro desafios-chave: pensar e agir num contexto global, ampliar o propósito da empresa para além dos resultados econômico-financeiros, colocar a ética como atributo central e reestruturar a educação dos executivos visando inserir transversalmente nos currículos a Responsabilidade Social Empresarial (RSE). A liderança em sustentabilidade exige, sobretudo, coragem para defender mudanças que, apesar de necessárias, certamente não vão agradar a todos. “Transmitir conceitos de sustentabilidade significa defender e praticar limites e restrições: Restrições à emissão de carbono, ao uso de água, limites para a pesca e ao consumo, o que, reconheçamos,não contribui para a popularidade de ninguém. A mudança do paradigma de desenvolvimento atual depende de haver massa crítica de pessoas dispostas a internalizar a mudança e a pagar um preço por isso”, afirma Fernando Almeida, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), em seu livro mais recente “Os Desafios da Sustentabilidade”. José Luciano Penido, CEO da Votorantim, concorda com Almeida. Para o executivo, mais do que compreender os dilemas atuais, como as ameaças ambientais e a exclusão social, o líder sustentável deve ter sensibilidade para incorporá-los no desenho das estratégias de negócio da empresas que dirige. “Ele não é só um sujeito de bom coração com uma crença religiosa. É alguém que percebe a