Desigualdade analisada no Brasil
Conforme a cientista social brasileira Márcia Anita Sprandel,em seu livro A Pobreza no Paraíso Tropical,a primeira tentativa de explicar a pobreza no Brasil,a partir do final do século XIX,constituiu em relacioná-la á influência do clima e á riqueza das matas e do solo.Afirmava-se que o brasileiro era preguiçoso,indolente,superticioso e ignorante porque a natureza tudo lhe dava: frutos,plantas,solo fértil,etc.Era tão fácil obter ou produzir qualquer coisa que não havia necessidade de trabalhar.
Uma segunda explicação estava vinculada á questão racial e á mestiçagem.Vários autores,como Nina Rodrigues,Euclides da Cunha,Sílvio Romero e Capistrano de Abreu,foram críticos ferrenhos da mestiçagem e consideravam que os mestiços demonstravam a "degeneração e a falência da nação" ou que eram"decaídos,sem a energia física dos ascendentes selvagens,sem a altitude intelectual dos ancestrais superiores".
Entretanto,dois autores daquela época faziam análises diversas: Joaquim Nabuco e Manoel Bonfim.Nabuco afirmava que,graças á raça negra,havia surgido um povo no Brasil,mas que a escravidão e o latifúndio geravam verdadeiras "colônias penais" no interior,pois os latifundiários eram refratários ao progresso e apenas permitiram que os mestiços vivessem como agregados e seus dependentes,na miséria e ignorância.
Bonfim,por sua vez,via o sertão nordestino como uma "terra de heróis".Dizia que as populações do interior tinham muita força,cordialidade e uma capacidade de atuar coletivamente, seja pelo uso comum de suas posses.
A pobreza seria sempre um dos elementos essenciais dessa explicação,e uma decorrência da escravidão ou da mestiçagem.As chamadas "classes baixas" constituíam-se de pessoas que normalmente,nas cidades,eram consideradas perigosas e,no interior,apáticas,doentes e tristes.
A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres