desglobalização

Fichamento do livro: “Desglobalização – Ideias para uma nova economia mundial.” Walden Bello

1. Introdução: As múltiplas crises do capitalismo global
Este vai falar sobre a gênese e o desenvolvimento do atual sistema de governança econômica global e alternativas a ele.
Seu foco recai nas instituições que operam sob os preceitos de instituições multilaterais, especialmente do G-8, das instituições de Bretton Woods e da Organização Mundial de Comércio.
Por volta de meados dos anos 1990, este sistema de governança econômica entrou em crise, ou seja, a crise das instituições multilaterais, que afeta o sistema de capitalismo global.
Esse texto vai falar especificamente de seis crises inter-relacionadas: As do multilateralismo, da visão neoliberal e da ordem, da corporação, do sistema da hegemonia militar, da liberal democracia e do sistema de produção global.

Do triunfo à crise
A última década do século XX começou com o retumbante colapso das economias socialistas do Leste da Europa e muito discurso triunfalista sobre a gênese de uma nova economia global.
Os agentes-chaves da nova economia global eram as corporações transnacionais.
No meio da década nasceu a Organização Mundial de Comércio (OMC), que serviria como catalizadora de um processo econômico que traria o máximo de bens para o máximo de pessoas. Era o terceiro pilar de uma santa trindade que sustentaria a nova ordem econômica, sendo os outros dois, o fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco mundial.
Multilateralismo em desordem
O principal beneficiário da nova ordem global pós-guerra fria eram os Estados Unidos, e, portanto, a OMC promovia o monopólio para as firmas dos EUA, mesmo sendo, supostamente, um mecanismo para um comércio mais livre. Tais acordos beneficiaram, por exemplo, a consolidação do controle sobre inovações de alta tecnologia por parte dos EUA e a institucionalização de um sistema de competição monopolística para mercados do Terceiro Mundo no setor agrofinanceiro.