Desertificação
O que é?
A desertificação é uma expressão extrema da degradação ambiental que vem sendo constatada desde 1940 pelo Ecólogo francês Abreuville (1949). No Brasil, os primeiros estudos foram desenvolvidos por Vasconcelos Sobrinho. A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (United Nations, 2001) conceituou a desertificação como o “processo de degradação das terras das regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de diferentes fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas”.
Principais causas
As causas do fenômeno são várias. Uma das principais é o uso inadequado das terras. “Normalmente, a falta de planejamento na ocupação do solo conduz à sobrecarga do meio ambiente, levando à degradação da terra e de outros recursos naturais, como a água e as florestas”, explica o engenheiro agrônomo Luciano Accioly, da Embrapa Solos de Recife (uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Segundo ele, no Nordeste, o uso para fins de agricultura e pecuária da região do semiárido ocorre, na grande maioria dos casos, sem a utilização de tecnologias que reduzam substancialmente a perda de terras aráveis. “Dessa forma, as pastagens em geral têm mais gado do que poderiam suportar, levando ao sobrepastoreio, que prejudica o local”, diz.
Para o geógrafo João Osvaldo Rodrigues Nunes, do Departamento de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia do campus de Presidente Prudente da Universidade Estadual Paulista (Unesp), essa situação decorre da ação humana sobre as paisagens com tendência a virar deserto. “Entre elas, o uso intensivo de implementos agrícolas, com base na monocultura, sobre ambientes ecologicamente frágeis; atividades de mineração sem controle das drenagens superficiais com excessivo revolvimento das coberturas; o uso intensivo de solos com textura arenosa em ambientes semiáridos; e a redução da vegetação por conta do desmatamento em cabeceiras de drenagem e matas ciliares, em áreas