Desertificação
Ronaldo Decicino*
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação
O Brasil é um dos países no mundo que sofrem com a desertificação dentro de seu território. O fenômeno é causado pelo desmatamento desenfreado e pelas práticas erradas de uso do solo para atividades econômicas que extrapolam a capacidade de suporte e de sustentabilidade de uma área.
No país, os efeitos da desertificação podem ser mais visíveis nas ASDs (Áreas Suscetíveis à Desertificação) localizadas no Nordeste e em uma pequena área do Sudeste. Atualmente mais de 1.480 municípios dos nove Estados que compõem o Nordeste já são atingidos por este fenômeno segundo o Ministério do Meio Ambiente. E não é somente nesta região que o fenômeno ocorre, já que algumas cidades do norte de Minas e do Espírito Santo também são atingidas.
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Dentre essas áreas há outras em que a situação é mais grave. São os chamados núcleos de desertificação, onde o processo está bem mais avançado, como Seridó (RN), Irauçuba (CE), Gilbués (PI) e Cabrobó (PE). Em alguns Estados do Nordeste, o modelo de produção baseado em intenso desmatamento, provocou mudanças climáticas que evoluíram para um tipo de desertificação somente visto no continente africano. O problema avança também para os entornos das regiões semi-áridas e subúmidas secas.
Problema aumenta
A área total de desertificação brasileira aumentou de cerca de 900 mil km2 (2003) para mais de 1,30 milhão de km2 em 2007, o que equivale a 15,7% do território nacional. Segundo informações do Programa de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, se essa situação continuar, as regiões semi-áridas do Brasil podem se transformar em áridas ou semi-desertos, num prazo de 60 anos. Assim como as subúmidas secas se transformarão em semi-áridas e serão as áreas que mais sofrerão os impactos do aquecimento global no Brasil.
No Brasil temos a também a presença de grandes espaços aparentemente sem sinal de