“Desenvolvimento turístico ou desenvolvimento local? algumas reflexões”.
“Desenvolvimento turístico ou desenvolvimento local? Algumas Reflexões”.
Espaço geográfico é considerado o principal produto de consumo do turismo, além disso, devido a forma de apropriação e funcionalização podemos dizer que o lugar turístico é uma invenção para e pelo turismo. Podemos então concluir que o lugar turístico existe em função da prática do turismo. Os núcleos receptores sofrem transformações socioespaciais, mostrando que o turismo é capaz de modificar e reorganizar sociedades inteiras para que ele possa acontecer. Porém, ele é normalmente apoiado em políticas de desenvolvimento que “redescobrem” regiões turificáveis. O Nordeste é um caso emblemático desta situação. De uma região conhecida no cenário nacional pelo desfavorecimento social e climático, as ações de políticas revalorizaram elementos da natureza até então negligenciados como o sol e a praia mudando sua imagem para região turística em ascensão. O turismo se mostra como uma forma de exploração planejada, sendo assim uma estratégia de apropriação de recurso dos países industrializados nos países em desenvolvimento porém, ainda ricos em ecossistemas naturais de interesse turístico. O turismo revela-se como um campo propício para a reprodução e consolidação dos valores e interesses de grupos capitalistas privados e do Estado. São estes que definem o modelo de desenvolvimento turístico, isto é, o conjunto de estratégias desenhadas para alcançar objetivos determinados. Para que haja a atividade turística local é necessária a inserção da região no sistema global. O turismo sempre depende de um plano externo para desenvolver seu plano interno o que se constitui em um potencial, mas também em um risco sociocultural e ambiental. Ou seja, a pressa em inserir um local no circuito globalizador do turismo, de forma almejar apenas lucros, faz com que apressados governantes e iniciativa privada negligenciem estudos prévios dos espaços e das