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Introdução
Discussões sobre velhice e suas representações tem ganhado destaque na atualidade amplamente, devido ao maior número de idosos em consequência do aumento da expectativa de vida. Fatores como esse suscitam diversas indagações sobre nossa sociedade e cultura, portanto, se faz necessário rever as representações pejorativas que a velhice vem ganhando ao longo do tempo (Maia, 2008).
Em uma sociedade capitalista como a nossa, que prioriza a efetividade e produtividade, a velhice juntamente com suas características foi transformada em um estorvo. O corpo envelhecido, muitas vezes é visto como frágil e delicado, representado como incapaz e insuficiente para o bom trabalho. O velho então passa a carregar o fardo da inutilidade, diariamente ele se vê bombardeado por um mundo que clama pela juventude. O seu corpo outrora ativo e potente, passa a ser considerado como merecedor de intervenções na tentativa de adiar os sinais da idade.
A busca pela juventude
Ariès (1981) conta que é no século XX que aparecem as primeiras concepções de juventude, visando reformar uma sociedade velha e esclerosada. É também no início do mesmo século que a palavra velhice ganha tons pejorativos na língua francesa. O mesmo autor também demonstra que cada época tem sua idade privilegiada juntamente com suas representações (Ariès,1981). Autores como Ligia Py (2004), Ariès (1981), Calligaris
(2011), entre muitos outros, afirmam que a partir do século XX o que vemos é um recrudescimento da valorização da juventude/adolescência e seu estilo de vida.
Seguindo a lógica, é por isso que ideologias relacionadas à juventude e seu estilo de vida se fazem tão presentes hoje, incluindo na velhice. Não é raro ver velhos que seguem à risca as recomendações dos especialistas para se manterem ativos e saudáveis,
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prorrogando o máximo possível os sinais do tempo, através de atividades físicas, alimentação saudável, shakes, cremes rejuvenescedores, etc. “Só é velho que