Desenho Urbano - Uma Proposta Metodológica
Capítulo 5: Uma Proposta Metodológica
Desenho urbano é um campo interdisciplinar em que diversas propostas e teorias se convergem para complementar as metodologias de Planejamento Urbano. Cada teoria analisa por um ângulo e nunca será possível uma teoria que permita a compreensão completa do urbano.
O “sentido do lugar” ou qualidade físico-ambiental é construído a partir de três esferas: Concepções e Imagens (Análise Visual e Percepção do Meio Ambiente), Usos (Comportamento Ambiental) e Atributos Físicos (Morfologia Urbana). Enquanto a Morfologia Urbana descende da Geografia, as outras esferas se encontram no campo das ciências comportamentais, ferramenta pouco utilizada pelos arquitetos que trabalham com desenho urbano.
Morfologia urbana estuda os tecidos urbanos, suas modificações, evoluções e os processos sociais que geraram estas consequências. Surgiu como resposta às atitudes modernistas diante das cidades históricas.
Aldo Rossi é tido como um dos maiores especialistas em morfologia urbana. Ele considera os monumentos os elementos mais visíveis e constantes no tempo. O ‘urbanismo culturalista’ nasce durante essa época e consiste no estudo e descoberta de mapas e antigos planos urbanísticos, como os de Ildefonso Cerda. Foi ele quem apontou o urbanismo como uma nova ciência necessária para a organização da cidade industrial, em 1859.
Os irmãos Krier também possuem importante trabalho nessa área. Leo Krier possuía uma visão extremamente ligada ao passado e dizia que a salvação da cidade europeia seria encontrada no estudo das antigas cidades. Disso eram geradas propostas inviáveis, polêmicas e academicistas, o que faz com que Colin Rowe compare Leo Krier a Le Corbusier, nesse sentido.
Esse tipo de estudo, ligado à valorização das estruturas urbanas existentes e evolução delas dentro deste histórico e pré-existência, é adotado por diversos arquitetos atualmente e é chamado de ‘Contextualismo’. O