Depressão e trabalho docente – um estudo com professores do ensino fundamental
Apresentador(a): Jaqueline Brito Vidal Batista
Considerando a necessidade de investigação e a importância de se chamar a atenção para a prevalência da depressão na categoria docente, esse estudo identificou os afastamentos do trabalho dos professores da rede municipal de ensino da cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil, em decorrência de transtornos mentais, especificamente com o diagnóstico de depressão. Trata-se de um estudo descritivo, observacional, retrospectivo, transversal de abordagem quantitativa, com base no universo de 414 fichas médicas individuais dos professores lotados na Secretaria de Educação da Prefeitura de João Pessoa, Paraíba, Brasil, entre os anos de 1999 e 2006, cujos diagnósticos de afastamento do trabalho correspondiam aos transtornos mentais. Os resultados mostram que entre os 30 e 39 anos de idade, 77,7% das licenças foi devido a outros transtornos mentais e 22,3% em decorrência de depressão; entre os 40 e 49 anos de idade, esses índices modificaram-se, 46,7% das licenças se deram em decorrência de outros transtornos mentais e 53,3% por conta de depressão; entre os 60 e 69 anos de idade 33,3% dos motivos das licenças foram outros transtornos mentais e 66,7% foi devido à depressão. Entre as mulheres, 50,5% das licenças por transtornos mentais foi devido à depressão. A partir desses resultados e de suas conseqüências na categoria docente, faz-se necessário considerar que a depressão pode ser tanto uma patologia específica com diagnóstico próprio, como também pode estar associada a outras patologias de caráter mais grave e de tratamento mais complexo, como por exemplo, a Síndrome de Burnout, que corresponde ao estresse diretamente relacionado e causado pela atividade laboral de profissionais que trabalham diretamente com pessoas. Sabe-se que ter professores deprimidos em sala de aula pode comprometer a relação do professor com os alunos, com os gestores, com