Dependência
INTRODUÇÃO
Nos dias atuais a dependência química corresponde a um fenômeno amplamente divulgado e discutido, uma vez que o uso abusivo de substâncias psicoativas se transformou em um grave problema social e de saúde pública em nossa sociedade. Entretanto, falar sobre a dependência química, traz à tona questões relacionadas diretamente ao campo da saúde. Dessa forma faz-se necessário realizar reflexões sobre esse fenômeno no âmbito das concepções sobre saúde e doença, vigentes ao longo da história do homem, bem como no momento atual.
No processo de tratamento do uso abusivo de drogas é importante compreender o indivíduo em toda sua complexidade. Para que ocorra, a promoção da saúde, há a necessidade de se romper com o padrão cientificista, buscando pensar a educação para saúde em termos mais abrangentes, que considerem o indivíduo em sua totalidade, o qual possui uma subjetividade, bem como valores e saberes diferentes daqueles com os quais os profissionais de saúde e educação lidam. Há, portanto, uma necessidade de aprendizagem dos dois lados (Gazzinelli, Penna, 2005).
A abordagem utilizada para trabalhar com a dependência química é coerente com o modelo psicossocial de saúde em foco na atualidade. Tratar a questão do uso abusivo de substâncias psicoativas e a questão da dependência que pode emergir em alguns casos, implica discutir não só as questões orgânicas e psicológicas envolvidas, mas também os aspectos sociais, políticos, econômicos, legais e culturais inerentes a esse fenômeno, além das consequências físicas, psíquicas e sociais da mesma (Occhini & Teixeira, 2006).
JUSTIFICATIVA
A realidade vivenciada pelos profissionais de psicologia na Penitenciara Regional de São Mateus, por meio dos atendimentos, possibilitou observar que existe um grande número de reeducandos que narram