Denotativo e Conotativo
Vida
Chico Buarque/1980
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
Texto denotativo
O Taxista
Compositor: Roberto Carlos - Erasmo Carlos
Saio logo cedo no meu carro
Ninguém sabe o meu destino
Num aceno eu paro, abro a porta
E entra alguém sempre benvindo
Elegante ou mal vestido
Velho, moço ou até menino
Fecha a porta, diz aonde vai
E tudo bem, eu já 'tô indo
Sou taxista
'Tô na rua, 'tô na pista
Não 'tô no palco
Mas no asfalto eu sou um artista
Ouço todo tipo de conversa
O tempo todo 'tô ligado
Só me meto, dou palpite, dou conselho
Quando sou chamado
No meu carro ouço histórias
Desabafos, risos todo o ano
Sou de tudo um pouco nessa vida
Eu sou um analista urbano
Sou taxista
'Tô na rua, 'tô na pista
Não 'tô no palco
Mas no asfalto eu sou um artista
O papo é sempre o mesmo
Pra puxar qualquer assunto a qualquer hora
Que trânsito, que chuva, que calor
Mas logo mais isso melhora
Tento agradar a todo mundo
E trabalhar sempre sorrindo
Mas sou um ser humano
E só eu sei às vezes o que estou sentindo
Sou taxista
'Tô na rua, 'tô na pista
Não 'tô no