Saviane discute nesse texto sobre a natureza e a especificidade da educação. Conforme esse autor a educação é um fenômeno próprio dos seres humanos e, portanto é uma exigência do e para o processo de trabalho, ou melhor, ela propria é um processo de trabalho. A educação é um processo de trabalho não-material que se encarrega da produção do saber sobre o conjunto da produção humana. Essa é a natureza da educação, mas é importante lembrar que nessa categoria de trabalho há duas modalidades, a primeira trata-se das atividades em que o produto se separa do produtor, a segunda refere-se aquelas atividades em que o produto não se separa do ato de produção. Em relação à especificidade, a educação não interessa em si mesma como algo exterior ao homem, mas enquanto necessária para que os homens constituam a natureza humana. Trata-se da produção direta e intencional em cada individuo singular, humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Nesse sentido o objeto da educação refere-se, de um lado, a identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos homens para que, estes se tornem humanos e, de outro, a descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo. A escola é, portanto, o indicio da especificidade da educação, pois consegue institucionalizar o pedagógico no interior da pratica social global. A escola existe para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitem o acesso ao saber elaborado, isto é, a cultura letrada, assim como os rudimentos desse tipo de saber. Portanto esse deve ser o principio para a organização do currículo da escola básica. Nesse sentido, para que se exista escola não basta a existência do saber sistematizado, é necessário viabilizar as condições de sua transmissão-assimilaçao. E Tendo em vista que o fim a atingir é que determina os métodos e processos de ensino-aprendizagem, isso possibilita também a perspectiva da especificidade dos estudos pedagógicos, isto é, da