O quarto do filho
“O Quarto do Filho”, filme que apresenta a vida de Giovanni, um psicanalista de classe média, que vive e trabalha em Ancona, uma pequena cidade a beira-mar na Itália. Ele é casado com Paola e tem dois filhos: Irene e o púbere Andrea. Sua vida decorre pacífica, dividida entre a família e a clínica. Seu dia a dia no consultório é marcado pela “tranqüilidade” com que ele escuta seus clientes, e a “garantia” com a qual ele lida com os desafios impostos pelos mesmos. Entre os clientes há um homem que se sente empenhado a cometer suicido, mesmo que não saiba o porquê desse impulso; uma senhora que sofre um distúrbio obsessivo compulsivo com datas; um homem que não consegue sentir desejo sexual por sua mulher, mas que é um compulsivo sexual fora de casa o que lhe gera um grande sofrimento, entre outros casos de neuroses.
“Você não é responsável por tudo o que acontece”, diz o psicanalista a um de seus clientes. Mas, e sempre existem os “mas”, a perfeição enfrenta os desafios menos aguardados. Giovanni se vê face a face com sua própria tragédia, num domingo após retornar de um atendimento de urgência na casa de um de seus pacientes, aquele que queria atentar contra sua vida, lhe é anunciado a morte do seu filho num acidente de mergulho no mar Adriático.
A partir desse momento Giovanni se torna impossibilitado de controlar a crise que se instala em sua casa e desestrutura suas relações familiares. O psicanalista que ajudava aos outros entra em crise com a profissão e não consegue mais trabalhar. A culpa, em contradição com que ele afirma acima, começa a consumir seus pensamentos por não haver impedido a morte de seu filho. Pensava que se não tivesse ido atender seu cliente e aceitado a proposta que seu filho havia feito para correrem juntos, ele estaria vivo.
Discorrendo os textos freudianos que nos fora propostos, “Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise” e “Observações sobre o amor