Delitos de Trânsito

3190 palavras 13 páginas
1. Introdução[1]
O mundo inteiro se preocupa com as conseqüências danosas dos delitos de trânsito. Até mesmo a OrganizaçãoMundial da Saúde dá ao tema o status de epidemia. Uma prova de que este não é um problema recente é que já no final do século XIX, em 1900, Viveiros de Castro dizia que os acidentes automobilísticos eram uma verdadeira epidemia, “tão mortífera quanto a febre amarela”[2].
O Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97) veio como resposta do legislador aos anseios de uma sociedade que sente, no trânsito, uma situação de medo constante.
Uma das condutas inconseqüentes que geram este estado de medo é a prática do delito de participação em competição não autorizada, popularmente conhecido como “racha” ou “pega”, em geral por jovens buscando auto-afirmação e popularidade.
O racha é reprimido pelo Código de Trânsito Brasileiro em seu art. 308 que o tipifica como crime punível com “detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor” a conduta de “participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada”. [3]
Tal conduta é, sem dúvida, extremamente reprovável, pois expõe a perigo concreto a incolumidade pública e, por extensão, a privada. Resta saber, e é isto que esta pesquisa procurou descobrir, o que pensam os participantes do “racha”.
Entretanto é preciso destacar que não se pretendeu, com este trabalho, alcançar o impossível, mas sim estudar as diversas nuances da Teoria da Vontade para inferir conclusões sobre o elemento subjetivo existente nos delitos desta natureza. Dolo e Culpa são categorias do elemento subjetivo que têm entre si um limite muito pouco definido. E foi este limite que se buscou explorar.
Afinal, para imputar uma punição proporcional à gravidade do ato delituoso, é

Relacionados

  • O DOLO E A CULPA NOS DELITOS DE TRÂNSITO
    2197 palavras | 9 páginas
  • Dolo eventual: a influência do alcool nos delitos de transito
    21337 palavras | 86 páginas
  • Dolo eventual e culpa consciente nos delitos de trânsito
    867 palavras | 4 páginas
  • CARACTERIZAÇÃO DO DOLO EVENTUAL NOS DELITOS DE TRÂNSITO CAUSADOS POR CONDUTORES EMBRIAGADOS
    756 palavras | 4 páginas
  • Claustriobaldo,foi denunciado pela prática do delito tipificado no art° 302 da Lei n° 95.03/97 do Código de Trânsito Brasileiro
    296 palavras | 2 páginas
  • doutor
    8745 palavras | 35 páginas
  • tuta
    689 palavras | 3 páginas
  • Penal
    1046 palavras | 5 páginas
  • Atv
    4334 palavras | 18 páginas
  • A fiscalização de trânsito como fundamento para fortalecimento do poder nacional
    6555 palavras | 27 páginas