Delfim netto
Mentor da política econômica brasileira durante os governos militares Costa e Silva, Médici e Figueiredo, Delfim Netto ficou famoso por comparar o crescimento econômico a um bolo. Ele foi o principal artífice do chamado "milagre brasileiro" (1968-1973), quando o Produto Nacional Bruto (PNB) crescia, em média, 10% ao ano.
Criticado pela forte concentração de renda durante esse período, ele disse que seria preciso esperar o bolo crescer para, depois, reparti-lo. Mas o bolo cresceu e nunca foi dividido. Além de conceder incentivos às exportações e ao investimento estrangeiro no país, a política de Delfim era caracterizada pelo congelamento dos salários e a elevação das tarifas públicas.
Delfim é um liberal, membro da corrente monetarista, que prega o controle severo da emissão de dinheiro como forma de evitar inflação. É herdeiro da ortodoxia econômica, mas defende um método histórico-quantitativo, com a observação das realidades institucionais, para análise dos problemas econômicos.
O economista é tido como um dos principais responsáveis pelo endividamento externo do País. Indicado por Roberto Campos, em 1966, entrou na vida pública como secretário da Fazenda de São Paulo. No ano seguinte, foi convidado por Costa e Silva para ocupar o Ministério da Fazenda. No governo Geisel, foi nomeado embaixador brasileiro na França (1974-1979).
Em 1978, foi acusado de falsificar os índices de inflação de 1973 - de 24,8% para 14 % - pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava a política salarial. Voltou no governo Figueiredo como ministro da Agricultura (1979) e, pouco depois, assumiu o Ministério do Planejamento. Foi o responsável pelas negociações da dívida externa com os credores estrangeiros e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em