Resumo Delfim Netto
O mercado cafeeiro sem a intervenção governamental
Introdução
Este texto trata da história do café nos séculos XIX e XX, ressaltando, principalmente, as relações existentes entre ela, o câmbio e a estabilidade monetária do país, e procurando inseri-la dentro do panorama mais geral do movimento dos negócios, em escala mundial. Vale destacar que o texto trata da história do café a partir do ano 1857, durante o tempo estudado (aproximadamente 100 anos), o café passou por dois momentos distintos: no primeiro, até 1906, o mercado de café estava inteiramente livre e, no segundo, após 1906 contou com diversas intervenções estatais de todos os tipos. Durante o primeiro momento, em que o mercado cafeeiro permaneceu livre os seus preços apresentaram as seguintes características:
a) Flutuaram sem apresentar qualquer tendência secular.
b) As flutuações apresentadas dão clara indicação de que existe um movimento oscilatório. Essa oscilação é explicada por fatores naturais: o café é uma árvore perene que produz completamente apenas no seu 4º ou 5º ano, mas que continua produzindo economicamente até 50 ou 60 anos em locais com fertilidade elevada. Esse fato faz com que o café que produz hoje pode ter sido plantado em consequência dos preços do café em anos, e até décadas, anteriores; E a demanda por café depende dos preços praticados no momento da compra, portanto, a disparidade de oferta e demanda é determinada por momentos distintos no tempo, trazendo oscilação aos preços do café.
A oscilação dos preços do café corresponde à ciclos, assim chamados por caracterizarem períodos de aumento e posterior queda nos preços mas que não necessariamente possuíram as mesmas amplitudes e durações.
O comportamento do mercado cafeeiro se alterou a partir de 1900. Na segunda metade do século XIX era clara a existência de alguns ciclos com fase ascendente de seis ou sete anos e fases descendentes maiores. A partir do começo do