A virada econômica entre kubitschek e castelo branco
Figura controversa, é alvo de críticas de uns e elogios de outros. Quem está com a razão? Citemos o escritor argentino Jorge Luís Borges, de seus Fragmentos de um Evangelho Apócrifo: “Infeliz aquele que insiste em ter razão, pois todos a tem, ou ninguém a tem.”
Falerei em termos paradoxais, de política e economia, pois é assim que compreendo alguns momentos da carreira desse economista e político. Não me seria possível falar de outra maneira.
Depois de formado em Economia na USP (1952), paralelamente a sua carreira catedrática (Delfim tornou-se professor da USP em 1963), atuou como consultor no setor privado e público.
Em 1966 foi secretário da fazenda do então governador de São Paulo, Laudo Natel (da Arena), e, no ano seguinte, foi nomeado Ministro da Fazenda de Costa e Silva.
Depois de um primeiro momento de ajustes fiscais empreendidos pelo durante o regime militar, e, com a nomeação de Delfim como Ministro, inicia-se um período de crescimento que ficou conhecido como “Milagre Econômico”.
O ajuste advinha de uma reformulação da política econômica herdada de Juscelino Kubitschek, e mantida relativamente durante o governo de João Goulart. Era o chamado Plano de Metas (que ficou popularmente conhecido como um programa para “crescer ciquenta anos em cinco”).
Inspirado no pensamento cepalino, o Plano de Metas tinha o obetivo de incentivar o crescimento de uma indústria de base, direcionando-se para 4 setores principais: indústrias de base, energia, transporte e alimentação.
Acontece que, pararelamente à “modernização” da indústria de base, indústrias multinacionais entraram no país para produção de bens de consumo, desenvolvendo razoavelmente alguns centros urbanos.
Isso aumentou, por sua vez, o êxodo rural (que o campo não se desenvolvia em conformidade com os