Deficiência motora - do paradigma à mentalidade
FUNCIONALIDADE VS INCAPACIDADE – MUDANÇA DE PARADIGMA
Título:
DO PARADIGMA À MENTALIDADE
Autora:
Helena Fernandes
Vivemos num Estado Democrático de Direito, onde os direitos fundamentais de cada indivíduo são respeitados, tendo em vista uma sociedade equitativa, onde a diversidade é promovida e respeitada, e onde a liberdade de ser alguém totalmente integrado na sociedade nem sequer se coloca em questão. Pelo menos, é assim que dizem a Constituição da República Portuguesa e os inúmeros Decretos de Lei
Comunitária e Internacional. Mas será mesmo assim?
Na prática, sabemos que há várias condicionantes na nossa suposta liberdade, na prática do nosso direito. Tudo começa no meio onde nascemos. O estrato social é fundamental para ditar o nosso futuro. As condições em que vivemos, o apoio familiar serão fundamentais na aquisição de uma educação, que por sua vez ditará o acesso a grupos fechados sociais, económicos e laborais. A educação e o apoio são fundamentais na quebra de barreiras que nos são impostas por uma sociedade, onde supostamente todos deveríamos ter acesso aos mesmos direitos fundamentais.
Todos sentimos isto, porque ninguém é perfeito e a sociedade competitiva em que vivemos exige perfeição. Fazemos o que podemos para nos integrarmos, ou para sermos incluídos em determinados grupos. A determinado ponto do nosso percurso somos barrados, porque de uma forma, ou de outra, não nos encaixamos no padrão da sociedade, ou desse pequeno grupo. Isto pode acontecer em diversas situações, como ao entrarmos pela primeira vez na escola, numa entrevista de trabalho, numa audição para entrar naquele grupo de teatro amador que tanto gostamos, na apresentação a um novo grupo de pessoas, na sociedade em geral.
Portanto, se todos nós sentimos dificuldades de inclusão, como será para alguém que tem limitações em certas atividades, que a sociedade determina como obrigatórias num padrão de comportamento normal (de acordo com a regra)?