Deficiencia

CARACTERIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA
PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS
NO MUNICIPIO DE SÃO CARLOS Rafael Montoni* * Bolsista CNPq/Pibic

A violência afeta diretamente a vida e o desenvolvimento das pessoas, podendo se manifestar de diversas maneiras. Para explicar a ocorrência de abusos, pesquisadores propõem um modelo que enfoca o desequilíbrio de poder entre a vítima e o agressor, podendo-se pensar que a população que apresenta deficiências constitua um grupo de risco para a vitimização. Na literatura brasileira são escassos os dados sobre violência contra deficientes, pois são levantamentos difíceis de serem realizados e porque a cultura, e muitas ocasiões, não valoriza a inclusão social desses indivíduos, marginalizados às estatísticas. O objetivo desta pesquisa foi realizar uma caracterização da violência sofrida por deficientes, no período compreendido entre 2001 e 2004, no município de São Carlos. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa co m Seres Humanos da UFSCar. Os casos de violência contra deficientes foram encontrados na Delegacia de Defesa da Mulher da cidade de São Carlos dos referidos anos, a partir do total de notificações recebidas na unidade. Os resultados obtidos revelaram que, em 2001, 11% dos estupros registrados foram contra vítimas com deficiência e, em 2002, foram 20%. Em 2002, 15% dos atentados ao pudor foram realizados contra essa população. A idade das vítimas variou entre 10 e 38 anos, todas do sexo feminino. Quatro vítimas tinham deficiência mental e uma tinha deficiência auditiva. A violência é comumente utilizada como uma afirmação de poder do “mais forte” perante o “mais fraco” (Sinclair, 1985). Quanto menos provida de recursos para se defender de agressões ou abusos uma pessoa for, maior é o perigo de ela se tornar uma vítima (Cardoso, 2001). Quando o “mais fraco” é uma criança, um adolescente, um idoso ou uma pessoa com deficiências, dadas algumas distinções típicas destas