De onde vem os contos de fadas?
Se não foram os Grimm nem o francês Perrault que inventaram os contos de fadas, quem, afinal, criou?
Ninguém! Ou melhor: um monte de gente. É assim: os contos são como as lendas e os mitos. Ninguém sabe bem como eles nasceram, mas sabemos que foram transmitidos por meio da fala. Uma pessoa contava para outra, que contava para outra… E, a cada vez que contavam, a história podia mudar um pouquinho, porque cada um se lembrava de um jeito e usava sua imaginação.
E por que começamos a contar histórias? Ora, porque precisamos! O ser humano conta histórias desde quando fazia pinturas nas cavernas. Aquela era a forma de se comunicar. Hoje, contamos nossas experiências a todo tempo: da conversa na hora do recreio até quando chegamos em casa e falamos o que aconteceu na escola. E ouvir ou ler histórias também é muito gostoso: os gibis estão aí para provar!
Por isso as histórias têm tantas versões. “Uma das coisas mais fascinantes que descobri em minha pesquisa sobre contos de fadas foi a variedade com que uma mesma história pode aparecer e reaparecer em diferentes lugares e momentos da humanidade”, diz a escritora e pesquisadora Katia Canton, autora do livro Era Uma Vez Irmãos Grimm. Leia a entrevista que ela deu ao Estadinho:
O que são contos de fadas?
Katia Canton: Os contos de fadas não são feitos só de princesas e castelos. Contar histórias é uma qualidade que nós temos desde que os homens da pré-história começaram a se comunicar e contar seus próprios mitos com pinturas nas paredes das cavernas. Naquele tempo, não se via diferença entre texto e imagem. Tudo começa nas experiências reais do povo e na busca por coisas mágicas e fantásticas que ajudem as pessoas a enfrentar seus problemas no dia a dia.
A histórias sempre foram do jeito que são hoje?
Não. As histórias foram mudando com o passar do tempo. Antes, o ser humano não era civilizado e isso se refletia nos contos: era fácil encontrar algumas cenas bem violentas em