Danton, o processo da revolução
O filme Danton, O processo da revolução, de Andrzej Wajda mostra a denominada fase do “terror” na Revolução Francesa. Fase implantada pelos mesmos revolucionários que haviam proclamado a Declaração dos Direitos do Homem.
A Revolução Francesa foi um movimento que teve relevante papel nas bases da sociedade de uma época (sendo referência até hoje), além de ter sido um marco divisório da história, dando início à idade contemporânea.
A cena inicial é muito interessante. Consiste em um garotinho (irmão da empregada de Robespierre, líder da referida revolução) decorando os direitos individuais durante o banho. Foram esses direitos individuais que introduziram os princípios da igualdade, liberdade e fraternidade, que podemos ver refletidos nos direitos humanos e, na atualidade, considerados indispensáveis. Mais tarde, no final do filme, a cena será novamente abordada, se tornando um ponto importante no clímax da história cinematográfica.
O contexto da obra é o surgimento, recente, de uma democracia representativa (pequeno grupo de representantes do povo passam a ter o poder de decidir sobre as questões políticas, sociais e econômicas). Esse pequeno grupo (liderado por burgueses) conseguiu derrubar a monarquia utilizando discursos que enfatizavam os direitos individuais do homem.
Inicialmente fazendo parte dessa equipe, surge o revolucionário Danton, que se opõe às lideranças políticas do próprio grupo (formando uma contra-revolução, como citado no filme), criticando o método da utilização do poder e usando os direitos individuais para acusar que os tão aclamados ideais não estavam sendo postos em prática.
Confiando no apoio popular, Danton entra em choque com Robespierre (principal nome da revolução burguesa francesa), seu antigo aliado, que detém o poder.
Podemos perceber, nessa fase do filme, a importância dos meios de comunicação. Já que, para diminuir a aceitação popular nas causas de Danton e da contra-revolução (que já