Danton: o processo da revolução
JOÃO CÂMARA, 2013.
Danton: “o processo da revolução”
O filme Danton narra um período da Revolução Francesa, datada de 1794, o filme trata-se na verdade de uma crítica a “Declaração universal dos Direitos do Homem e do Cidadão”, o mesmo trata de cenas fortes, onde o povo sempre está inserido dentro da camada esquecida da sociedade, o enredo se desenrola entre dois personagens principais: o primeiro Robespierre pertencente à elite governamental e o segundo Danton pertencente ao grupo dos burgueses insatisfeitos com o absolutismo feudal, o que é mais intrigante no filme é que ambos os personagens lutaram pela consolidação da revolução, influenciados pelo ideário iluminista ansiando por igualdade e liberdade, mas neste dado momento encontravam-se em lados políticos opostos.
Robespierre juntamente com os membros do tribunal revolucionário ignoraram seus ideais iluministas e na busca pelo poder instituiu o regime do “terror”, perseguindo a todos aqueles que se opunham ao seu regime governamental autoritarista, acusando-os de contrarrevolucionários.
Já Danton acusava o governo de reprimir e de não conhecer o povo, de não atender as necessidades do povo.
Nesse sentido, percebemos que na verdade a liberdade só existe quando esta corresponde e não interfere nas aspirações político-sociais das camadas dominantes.
No final da trama o filme reafirma sua crítica à declaração dos direitos do homem e do cidadão, a cena da execução de Danton na guilhotina seguida da cena que uma criança cita os artigos inscritos na Declaração Universal, confirma que defender os direitos humanos na teoria é fácil, mas na prática a liberdade defendida pelo homem e em favor do homem e do cidadão ganham configuração utópica.
Referências:
Filme: WAJDA, Andrzej. Danton – O Processo da Revolução. Filme. França/Polônia, 1983.