Dante - Vida Nova
Dante trás seus devaneios, paixões, sonhos, colocando o grande foco em Beatriz, e assim suas descrições ficam explícitas nessa pequena passagem do livro.
“E, pensando nela, fui tomado por um doce sono, onde me apareceu uma visão portentosa: no meu quarto, julguei ver uma nevoa cor de fogo, em meio à qual discerni a figura de um senhor de aspecto amedrontador a quem o visse, mas que, no entanto, coisa extraordinária, dava demonstrações de uma alegria interna; muita coisa dizia com suas palavras, das quais eu entendia apenas algumas poucas - entre elas, as seguintes: “Eu sou o seu senhor”. Parecia traze nos braços uma pessoa nua, adormecida, envolta num pano levemente sanguíneo; olhando atentamente, reconheci nela a moça da saudação, aquela que se dignara cumprimentar-me no dia anterior. Numa das mãos, parecia apertar uma coisa que ardesse em fogo e eu julguei escutar estas palavras: “Olhe o seu coração.”” (p.20).
Grande parte da essência que pertence a Vida Nova não é apenas devaneio, podendo afirmar que o amor que Dante presencia e vive, tem uma chance considerável de acontecer, tanto a paixão quando jovem, como a não concretização do amor.
Ele nutre esse amor nobre, tornando a morte de sua amada tão necessária quanto o próprio sentimento de paixão, fazendo tudo real e também inatingível. Baseando na questão do que é fictício ou não para definir a literalidade da obra temos a frase de Terry Eagleton que diz:
“A distinção entre fato e ficção, não parece ser muito útil, e uma das razões para isto é a de que própria distinção é muitas vezes questionável.” (p.1).
Podemos colocar em vigor, o fato de que Vida Nova tenha sido escrita em uma parte da história em que a igreja era de alta importância na sociedade. E o outro