Da divisão do trabalho social
Sociologia do trabalho
Prof. Cesar Sanson1
O trabalho em Durkheim
Em Durkheim, a divisão social do trabalho é a fonte principal da solidariedade. Essa ideia aparece com força em sua obra Da divisão do trabalho social (1893), época marcada por intensas mudanças sociais, que afetam inevitavelmente as relações de trabalho.
Analisando a evolução das sociedades, Durkheim divide a solidariedade em solidariedade mecânica e solidariedade orgânica.
A solidariedade mecânica corresponde às sociedades tradicionais, pré-capitalistas, marcadas por uma homogeneidade social muito grande. Nelas, os indivíduos se parecem. As culturas tradicionais partilham de crenças e valores comuns, cujos controles e padrões morais são fornecidos pela religião, sendo fundadas no consenso, havendo pouco espaço para a divergência. Nessas culturas, vê-se uma baixa divisão de trabalho, diferente nas sociedades que começam a se industrializar e urbanizar. A harmonia é possível graças à semelhança de valores entre os indivíduos.
O processo de transição para a industrialização e urbanização trouxe o colapso da solidariedade mecânica e, à medida que crescia a especialização das tarefas e a diferenciação social, uma nova solidariedade nomeada de orgânica, se estabelece. A solidariedade orgânica, portanto, é própria da sociedade capitalista. Supõe uma complexidade social maior, em que os indivíduos são diferentes.
Durkheim está preocupado com a “coesão social”. A coesão social ou a sua ausência é resultado da tensão entre dois conceitos: o da solidariedade e da anomia. A solidariedade interna da sociedade, solidariedade agora qualificada como orgânica, funda-se sobretudo na interação de cada um na divisão do trabalho social. A anomia – manifestação, de desregramento torna precária a vida e corta laços sociais.
Na ordem capitalista, têm-se a ampliação da divisão social do trabalho, cuja função seria produzir solidariedade e criar um sistema de direitos e deveres. A divisão do