Céu ou Inferno
Nós queremos informações, palestras, queremos seguir um caminho apenas na mente, um caminho feito de ilusões e fantasias, não queremos fazer nada, não queremos mudar nada, não queremos morrer para nada, sacrificar nada, não queremos nos esforçar para nada, não queremos orar oração nenhuma.
Nós queremos ouvir sobre possibilidades maravilhosas, sobre iniciações, viagens em astral, estados jinas, levitação, experiências fantásticas. Sobre o concreto e objetivo, o prático, ninguém quer ouvir e muito menos fazer. Porém, ao escolhermos um mundo de fantasias e ilusões deliciosas e prazerosas, sofremos com as fantasias e ilusões dolorosas, honrosas, tenebrosas. Ou seja, a fantasia de caminho espiritual e a fantasia de inferno são dois pólos da mesma coisa.
Nós queremos fantasias de compreensões que mais tarde nossas mentes confusas colocam em dúvida, queremos sonhar com poderes, queremos alucinações, fantasias de visões, cores e luzes em práticas que mal chamamos de meditação.
Os Santos, Mestres, Budas, não fantasiaram as coisas, eles viveram, eles fizeram. Não ficaram pensando em ler ou não ler livros. Não ficaram pensando em construir ou não construir templos. Não ficaram pensando em restaurar ou não restaurar templos. Não ficam pensando curo ou não curo no sábado. Eles fizeram. São Francisco fez. Mestre Samael fez. Nenhum deles ficou esperando virar santo, mestre ou buda para começar a fazer algo. Nenhum deles ficou pensando estou no inferno ou não estou no inferno.
Antes de iniciar a transformação que o levaria a ser um dos Santos mais importantes do cristianismo, São Francisco era um boêmio. Antes de iniciar a transformação que iria levar a libertação da Índia, Gandhi era preguiçoso e devasso. Antes de se decidir por uma regeneração, Milarepa era ladrão e