Câncer
CÂNCER
janeiro/fevereiro de 2006 • CIÊNCIA HOJE • 29
O N C O L O G I A
da vida eterna, uma poção mágica que tornasse imortal quem a bebesse, ou ao menos prolongasse a vida bem além dos limites atuais? Não é difícil imaginar o lado positivo de ter uma vida longa, quase ilimitada. O tempo, porém, continuaria passando, e isso certamente teria conseqüências no organismo, já que certas doenças – e muitos de nós esquecemos esse fato – acompanham, de maneira quase inevitável, o envelhecimento. Os cânceres, também conhecidos como tumores malignos (figura
1), são assim.
Portanto, se vivêssemos 120 ou 130 anos com os mesmos hábitos que temos hoje, invariavelmente
O que teria acontecido se os alquimistas tivessem descoberto o elixir
Figura 1. Comparação entre um tumor invasivo e seu tecido de origem, ilustrando a aplicação do uso de marcadores que permitem distinguir as células tumorais das normais. À esquerda da imagem, observada em microscópio, está o tecido normal de revestimento do intestino grosso – as células normais (coradas em roxo e mostrando um padrão de alinhamento) formam o revestimento dessa parte do intestino. À direita, as células (coradas em marrom) apresentam um arranjo caótico, desordenado, que invade o tubo digestivo: trata-se de um câncer. A coloração em marrom é obtida pela presença de um marcador desse tumor e permite ao médico patologista, responsável pelo diagnóstico em nível microscópico, identificar a lesão e, às vezes, predizer seu comportamento teríamos algum tipo de câncer. Pelo menos um, entre as centenas de tipos da doença conhecidos na atualidade. A boa notícia é que, com o desenvolvimento da pesquisa na área biomédica, será possível, no futuro, controlar progressivamente a letalidade da doença. Assim, ela deixaria de causar tantas mortes, como acontece atualmente. O homem do futuro, ao atingir uma idade centenária
(ou maior), ainda poderia viver bem, mesmo tendo um câncer, já que