Câmara Clara, de Roland Barthes
A relação mútua existente no termo Câmara Clara e Câmara Escura é o que o autor estabelece de mais significativo nesta publicação de uma imagem que é reproduzida com toda a riqueza e detalhe de um artista que com suas mãos estabelece em um papel, para uma imagem fruto da tecnologia sem o bom ofício humano.
O espectador que constrói uma mentalidade criteriosa sobre uma determinada imagem tem possibilidade de examinar com minúcia a representação. Tornando visível àquilo que os olhos não criteriosos conseguem ver. A fotografia está cruzando mutuamente em dois processos completamente distintos: Químico e Físico.
Químico por se tratar da ação da luz sobre determinadas substâncias e físico por se tratar da formação da imagem através de um dispositivo óptico. Em ambos os processos são possíveis analisarmos os fatos por duas vertentes: a do sujeito olhado e a do sujeito que olha.
Ao longo do livro pude observar juntamente com o autor, diversas fotos que eram anteriormente vista c por “sentimento”, passei também a aprofundar e olho como uma “ferida”, notando, olhando e pensando acerca do que de mais intrigante existia na foto.
E a foto que mais me deixou perplexo, foi uma foto que o autor encontrará quando folheava uma revista ilustrada, onde observamos a banalidade de um país da América Central chamado Nicarágua, com ruas em ruína, três soldados com capacetes e armas nas mãos vigiando e patrulhando a área como dever de um militar e em segundo plano, duas freiras atravessando a rua.
Essa fotografia também me intrigou bastante pelo enorme contraste existente entre homens das forças armadas executando seu dever em um lugar destruído pela guerra e