Roland Barthes
“… eu não estava certo de que a fotografia existisse, de que ela dispusesse de um
‘génio’ próprio.” (1). Nesta citação deparamo-nos com a primeira incerteza do autor pois para ele a fotografia é um congelar de acontecimentos passados é um espelho do que aconteceu, pois já ocorreu.
A fotografia não pode ser classificável, é a perspetiva do operador, não há maneira de classificar algo que aconteceu naquele momento com aquele objeto pois tal não se irá repetir, esta no passado.
Cada imagem provoca uma diferente emoção em cada spectator, cada espetador retira as suas próprias conclusões e emoções ao observar certa imagem. Para Roland, uma fotografia que não lhe desperte emoção não lhe interessa.
Ele define operador como sendo o fotógrafo, aquele que observa o objeto em primeiro lugar. Spectator é o espectador, somos todos nós, aquele que observa a fotografia.
Spectrum é a história geral da imagem, aquilo que realmente é.
“ A Foto-retrato é um campo cerrado de forças. Quatro imaginários aí se cruzam, aí se afrontam, aí se deformam. Diante da objetiva, sou ao mesmo tempo: aquele que eu me julgo, aquele que eu gostaria que me julgassem, aquele que o fotógrafo me julga e aquele de que ele se serve para exibir a sua arte.” (2)
Ao ser objeto de uma imagem, “o alvo” como denomina o autor, acaba sempre por proceder a ação de posar para a fotografia, é algo que não dá para contrariar. Ao ser fotografado, Barthes deixa de ser o sujeito e passa a ser o objeto que ele próprio classifica como a “Morte”.
Segundo Barthes há imagens de que gostamos e outras nem por isso, ele próprio não consegue gostar de todas as imagens que o mundo lhe tem oferecer mesmo tentando compreende-las, por vezes não existe ligação.
(1)
Barthes, Roland, A Câmara Clara, Editora Nova fronteira versão PT-BR, Pág.12
(2)
Barthes, Roland, A