Para falarmos sobre cultura e identidade sobre os filmes Flor do Deserto e O Banquete de Casamento, primeiro devemos ressaltar esses conceitos. Para Levi-Strauss cultura reside na maneira particular que os povos adotam – para resolver seus problemas e perspectivar os seus valores que são praticamente os mesmos para todos os homens, porque todos os homens, sem exceção, possuem linguagem, técnicas, arte, crenças religiosas, organização social, econômica e política¹. Já identidade pode-se entender como um elemento principal da realidade individual que está absolutamente relacionada com a sociedade, podendo ser cristalizada, sustentada e ou remodelada pelas relações sociais, ou seja, a identidade do eu só é possível ser formada se colocada num contexto grupal. O filme O Banquete de Casamento relata a história de um jovem chinês chamado Wai-Tung, que mora nos Estados Unidos. Por ser um adulto solteiro, sua família então decide arrumar-lhe uma noiva. Porém, Wai-Tung é gay e tem um relacionamento com Simon. Para se livrar desta idéia de sua família ele resolve criar uma série de desculpas, mas quando estas não laboram mais, ele então decide fingir um falso casamento com Wei-Wei, que o deve dinheiro do aluguel, e por conta disso acaba aceitando a farsa. A partir de esse desenrolar há toda uma cultura e identidade intrínseca presente neste caso. Podemos salientar presença da cultura chinesa no filme. Os pais ao verem que o filho adulto ainda era solteiro o cadastra em um site de relacionamento, e pela obediência e respeito que ele tem a família aceita esta circunstância. Toda a questão cultural voltada para a instituição do casamento é retratada na passagem fílmica intensamente, desde a escolha da noiva até a cerimônia. Antes de tudo existe a aprovação da família do noivo, os presentes que a família do noivo oferece a noiva, o ritual da sopa da flor de lótus para que o casal tenha um filho rápido, a questão do banquete oferecido pelos noivos é uma tradição importante