cultura teologica
À medida que a teoria crítica se transformava em pólo de referência para os estudos que não se identificavam com a atitude de fundo da pesquisa administrativa, uma outra área de interesses e reflexões, também oposta à communication research, se vinha elaborando, sobretudo na cultura francesa. Trata-se da chamada “teoria culturológica”. A sua característica fundamental é o estudo da cultura de massa, distinguindo os seus elementos antropológicos mais relevantes e a relação entre o consumidor e o objeto de consumo.
Por conseguinte, a teoria culturológica não diz diretamente respeito aos mass media e, muito menos, aos seus efeitos sobre os destinatários: o objeto de análise que, programaticamente, se procura atingir é a definição da nova forma de cultura da sociedade contemporânea. O autor e o texto que “inauguraram” esta corrente – Edgar Morin e o seu L’Esprit du temps (A indústria cultural) de 1962 são muito explícitos quanto a isso.
A cultura de massa é “uma realidade que não pode ser tratada a fundo senão com um método, o da totalidade. [...] Não é admissível que se acredite poder reduzir a cultura de massa a uma série de dados essenciais que permitiram distingui-la da cultura tradicional ou humanística. Não se pode reduzir a cultura de massa a um ou a alguns dados essenciais. Pelo contrário, também não podemos contentar-nos em fazer como a sociologia a que chamo burocrática, que se limita a estudar este ou aquele sector da cultura de massa, sem tentar aprofundar aquilo que une os vários sectores. Penso que devemos tentar ver aquilo a que chamamos “cultura de massa” como um conjunto de cultura, civilização e história” (Morin, 1960, 19).
A cultura de massa forma um sistema de cultura, constituindo-se como um conjunto de símbolos, valores, mitos e imagens que dizem respeito quer à vida prática quer ao imaginário coletivo. Todavia, não é o único sistema cultural das sociedades contemporâneas. Estas são realidades policulturais em que a