eutanasia
De acordo com o Santo Padre, “a eutanásia, embora não esteja motivada pelo rechaço egoísta de fazer-se cargo da existência daquele que sofre, deve considerar-se como uma falsa piedade, mais ainda, como uma preocupante «perversão» da mesma”.
Com efeito, a verdadeira «compaixão» faz solidários com a dor de outros, e não elimina a pessoa cujo sofrimento não pode suportar. O gesto da eutanásia aparece ainda mais perverso se é realizado por quem --como os familiares-- deveriam assistir com paciência e amor a seu próximo, ou por quantos --como os médicos--, por sua profissão específica, deveriam cuidar do doente inclusive nas condições terminais mais penosas.
A opção da eutanásia é mais grave quando se configura como um homicídio que outros praticam em uma pessoa que não pediu de nenhum modo e que nunca deu seu consentimento. chega-se além ao cúmulo do arbítrio e da injustiça quando alguns, médicos ou legisladores, se atribuem poder de decidir sobre quem deve viver ou morrer.
Deste modo, a vida do mais fraco fica nas mãos do mais forte; perde-se o sentido da justiça na sociedade e se mina em sua própria raiz a confiança recíproca, fundamento detoda relação autêntica entre as pessoas. O desejo que brota do coração do homem diante do supremo encontro com o sofrimento e a morte, especialmente quando sente a tentação de cair no desespero e quase de abater-se nela, é sobre tudo aspiração de companhia, de solidariedade e de apoio na provação. “É petição de ajuda para seguir esperando, quando todas as esperanças humanas se desvanecem”.
Parece mentira que um médico e legislador pertencente à esquerda -suposta defensora dos direitos humanos- possam apresentar semelhante projeto, claramente contrária ao principal direito de todo homem: o direito à vida. Entretanto, é compreensível. Porque