Cultura Organizacional Brasileira Resumo
Entre os trabalhos que buscaram caracterizar trações de cultura de acordo com as nacionalidades e compreender como tais traços influenciam a cultura das organizações, a pesquisa conduzida por Hofstede permanece como uma referencia obrigatória.
Segundo ele as características nacionais e regionais não tendem a convergir para um mesmo ponto e que, por isso, elas devem ser consideradas relevantes em qualquer estudo ou pratica organizacional.
Para melhor compreensão e padronização das diferenças culturais, Hofstede propôs um esquema que classifica as culturas em função de quatro dimensões:
Distância do poder;
Precaução contra incertezas;
Individualismo x Coletivismo;
Masculinidade x Feminilidade.
Distância do poder
Define-se distância do poder a partir das desigualdades que ocorrem em termos de prestígio social, riqueza e poder. As desigualdades dentro de um ambiente organizacional são inevitáveis e muitas vezes funcionais, explicitadas em parte pela hierarquia organizacional.
Em países que apresentam baixa distância do poder, como a Dinamarca, os processos decisórios tendem a ser mais participativos e existe maior nível de cooperação entre chefes e subordinados. Já em países que apresentam alta distância do poder, como o Brasil, os processos decisórios tendem a ser mais autocráticos e existe menor percepção da ética do trabalho.
Em muitas organizações brasileiras parece haver mesmo acomodação a um status quo baseado em grandes diferenças sociais. Enquanto nas organizações dinamarquesas a participação dos os operários em processos decisórios é um direito e um dever, no contexto brasileiro a possibilidade de participação aparece geralmente como um ato de benevolência por parte de seu líder.
Para o operário brasileiro a possibilidade de trabalhar com um nível de responsabilidade e autonomia constitui-se um incomodo ou estorvo. Mesmo em organizações que recentemente passaram por processos de modernização do modelo de gestão,