cultura nordestina
O povo do sertão é um povo diferente. De valorizar as pequenas coisas, a amizade verdadeira, de pouca ambição, da vontade de ser feliz ao lado de sua família em seu torrão querido.
Forjado nas dificuldades impostas pela natureza, é gente de fé, que acredita em dias melhores, na próxima chuva, no pasto verde. Dos espinhos do mandacaru, dos galhos da caatinga fechada, a bravura, a coragem - marca de nossa gente; Do sol quente, a energia, a disposição ao trabalho, a força, a persistência.
São vários os retratos. Os causos, as piadas, as mentiras, a pinga, o baralho e o dominó. O jeito de falar, de andar. Traje sempre simples, chapéu de massa, botão aberto, xô boi nos pés, facão na cintura.
A feira, a barraca do milho, das verduras, da manga, da farinha, do feijão à granel; da cachaça, do detergente, das roupas penduradas, do milho assado. O açougue. A bodega da esquina.
Todo mundo é primo, e aqui e acolá é "cumpadi".
Todo bom sertanejo sabe uma toada e a hora de gritar. Se emociona numa missa do vaqueiro, orgulha-se do mestre Luiz Gonzaga; não falta a uma pega de boi.
Fotografias na parede de seus entes queridos que já se foram, os santos bem apostos; feijão guardado nas garrafas de refrigerante. Água de pote, carne estendida no varal. Os trajes de vaqueiro, a cela pendurada, o chapéu de couro. Espingarda soca-soca pra caçar com os amigos, e o cachorro. O bode na calçada de casa.
Vaca tem nome, cavalo também.
Tem de tudo, e tudo traz encanto. Tem o café quente, a rapadura e a água gelada. O fogão à lenha, as panelas penduradas e os quartos separados por lençóis.