Cultura do Narcisismo ( LARSCH) Cultura do Narcisismo” diz respeito ao modo como as sociedades capitalistas se estruturaram, material e simbolicamente, a partir da década de 1970. Trata-se de uma preocupação intensa com a realização individual, estreitamente relacionada com o universo do consumo e as inúmeras opções que são apresentadas aos indivíduos, em detrimento aos ideais coletivos. Ocorre, então, um retorno ao próprio eu e um desinvestimento nas relações com os outros e com o mundo da experiência. O mercado, a indústria cultural e a publicidade (que para Lasch é quase um sinônimo de propaganda) criam diversas necessidades e desejos a serem alcançados e consumidos: beleza, juventude, excelente desempenho sexual, segurança, sucesso profissional e financeiro, entre outros que se tornam fetiches destinados a apaziguar o narcisismo danificado. Utilizo este termo porque, o narcisismo não é somente uma condição patológica, ele desempenha um papel de protetor psíquico, permitindo que o sujeito equilibre a percepção de suas necessidades em relação às dos outros. No entanto, a configuração capitalista atual exaspera os traços narcísicos, impedindo a identificação mutua entre os indivíduos e enfraquecendo a busca pelo bem comum. O narcisista possui uma consciência de si muito pouco desenvolvida, somada a enorme necessidade de se ver refletido nos outros. Ele reforça seu sentimento de existir medindo o impacto de seus qualidades sobre os outros. Dominado pela angústia (que predomina ou substitui sobre o sentimento de culpa) ele se refugia no hedonismo e no consumismo. Para Lasch a “Cultura do Narcisismo” também é uma “cultura da sobrevivência de um mínimo eu” que confrontado com a perspectiva do conflito nuclear, da burocracia desumanizante, da onipotência das grandes corporações multinacionais e do assistencialismo estatal, do pessimismo e crise de confiança com relação à política e aos ideais comuns. Estes sentimentos de insegurança e desamparo