cultura do barulho
A Cultura do Barulho
Foi-se o tempo em que havia sossego em nossa cidade. O que se vê atualmente é o barulho insuportável dos trios elétricos, bicicletas e carros de som ultrapassando a casa dos 100 decibéis. Todos os dias, desde as primeiras horas da manhã, somos acordados pelos anúncios de festas, inaugurações, aniversários, promoções etc. Ou então pelo ritmo mecânico do forró, axé music ou funk disparado por algum motorista que não se contenta em ouvir normalmente.
O que antes só se via em época de eleição ou carnaval ultimamente se tornou uma prática corriqueira, uma verdadeira cultura do barulho. Não se respeita mais horário estabelecido por lei, nem locais como escolas, igrejas ou hospitais. Assim, aos poucos e de modo generalizado, a poluição sonora vai se instalando em Chapadinha e bem debaixo do nariz das autoridades, comprometendo a qualidade de vida da população.
Quem estava no “abrigo” no último domingo teve uma desagradável surpresa. De repente, alguns rapazes que estavam bebendo em frente ao “Bar do Galo” resolveram aumentar o som dos carros. Resultado: ninguém mais podia conversar ou trocar idéias. O barulho era simplesmente insuportável. A polícia foi acionada e o som foi desligado. Mas assim que os policiais saíram, os jovens aumentaram novamente o volume, numa clara demonstração de desrespeito às autoridades e principalmente às outras pessoas.
O pior disso tudo é que ninguém diz nada. Parece que as pessoas estão se acostumando a viver violentadas, a terem seus direitos jogados no lixo. As conseqüências desse comportamento barulhento poderão ser sentidas a médio e longo prazo, com impacto negativo sobre a saúde. Segundo especialistas, a partir de 70 dB são acentuados os problemas cardiovasculares, com a elevação dos batimentos cardíacos, da pressão arterial e das situações de estresse. Também aumentam riscos de infarto. A perda de audição costuma ocorrer a 85 dB.
Por outro lado, trata-se de uma cultura