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1-Os africanos, abandonados a si mesmos, tendem a perpetuar no poder tiranos corruptos como Mobutu, Idi Amin e Bokassa, e precisam da tutela ocidental para avançar rumo à democracia.Sem minimizar a importância dos fatores locais na formação e na continuidade das muitas ditaduras ainda existentes na África, percebe-se facilmente que as repetidas intervenções ocidentais se destinam muito mais à preservação de interesses econômicos e de posições de força no terreno militar do que a qualquer tipo de humanitarismo. A sistemática violação do direito à autodeterminação política dos povos africanos ocorre no sentido de uma "estabilidade" que não exclui o apoio explícito a ditadores dos mais truculentos, desde que se disponham a combater facções e partidos nacionalistas, socialistas ou islâmicos. O francês Raphaël Granvaud expõe de forma sucinta e eficiente múltiplos desastres provocados ou favorecidos pela atuação das tropas de seu país no continente africano em passado recente:
2-Apesar das atrocidades do colonialismo, os africanos estariam relegados a um padrão tecnológico muito baixo se não tivessem passado pela dominação direta das potências europeias.O exemplo do Japão na segunda metade do século XIX deveria bastar para o entendimento de que é possível para um país materialmente "atrasado" ampliar o desenvolvimento de suas forças econômicas sem alienar a soberania. Voltando o olhar para a própria África, vemos que no Estado que preservou durante mais tempo sua independência política, a Etiópia, também foram postas em prática tentativas de modernização. Durante o reinado de Menelik II, que se estendeu até 1908, surgiram um serviço postal, uma moeda