Só no Crtl+c Ctrl+v
Lembro como se fosse ontem que toda vez que alguém fazia algo moralmente incorreto e ganhava a fama na TV minha mãe falava "Este tem seu lugar garantido no Inferno" e eu ficava muito triste pela pessoa, pois já havia sido me contado a longa história desse lugar em chamas, onde se impera a dor e a aflição, uma orquestra regida por aquele que não deve ser nomeado, o Diabo.
Com a chegada da minha adolescência e um gosto refinado por músicas consideradas do mal, o uso constante de preto e as jogatinas de RPG, me vi sendo apontada como cultuadora do Satã. Finalmente me perguntei quem era aquela que a tudo não aceito pelo sociedade ou incorreto era posto a culpa.
A verdade é que a história daquele que é temido e cultuado, é mais remota do que o Cristianismo conta, seu mito se inicia no século IV a.C, na Pérsia, mais conhecida na modernidade como Irão. O Profeta Zaroastro ou Zaratrusta descreve Arimã, que vivia em constante guerra com Ahura Mazda e sua história é contada no Avesta, que está para o Zoroatrismo como a Bíblia é para os católicos.
Mas o mito se divide neste momento em questão, nós ocidentais estamos acostumados com a velha e boa narrativa que nos conta como Lúcifer foi jogado ao Inferno após tentar usurpar o lugar de Deus e na história Persa temos um Arimã que ama Mazda mais que tudo e não admite se ajoelhar a qualquer um que não seja o Divino.
Mazda revoltado com a atitude insolente manda-o para o Inferno como conhecemos, que nada mais é que o lugar desprovido da presença do Divino, que se assemelha com a nossa representação, um lugar repleto de dor e fogo. Qualquer um que já tenha amado e tenha sido colocado longe para sempre de seu amor, pode assim dizer, que conheceu de forma quase verdadeira as labaredas do mais profundo poço já descrito.
E as