crónica JOVENS

Jovens

E a verdade é que Gil Vicente não poderia estar mais certo na descrição de Inês, no “Auto de Inês Pereira”.

Aquele espirito típico de revolta de jovem é uma coisa que dá vida ao nosso mundo. Qual era a piada se não tivéssemos disto? Quantos ficavam em casa, só porque decidiam não arriscar uma segunda tentativa de pedido aos pais para sair com os amigos? Tudo perdia a piada. O jogo de insistência entre pais e filhos é um dos componentes mais fortes da juventude de qualquer pessoa, visto que estamos a falar de um período em que a pessoa procura liberdade, independência.
Isto dura há seculos! Os jovens são o mais importante fator no que toca a “dar cor” ao nosso mundo (com todo o devido respeito a adultos e reformados). São inovadores, orgulhosos, têm lata! Claro que nos deparamos com casos onde estes aspetos são levados ao extremo, isto é, o “ xunga português”. Estamos a falar daquele adolescente que manda na mãe (em vez de mandar no cão ou no gato), que vive num clima de provocação constante, quer seja com amigos, ou com pessoas que têm idade para serem pais dele. Isso não. Respeitinho acima de tudo. Mas tirando esses casos lamentáveis que “borram” a imagem dos jovens portugueses, penso que se pode dizer que Portugal têm muito por onde se pegue nos seus jovens.
Eu, como um jovem (pelo menos é o que o Sr. Manel do café da esquina me chama), não podia estar a gostar mais desta fase que estou a passar. Há dias em que acordo muitíssimo bem-disposto, e vou-me deitar com umas “trombas até aos pés”, porque todo o mundo está contra mim. Tenho sempre razão, e quem diz contrário é um perfeito idiota.
Este discurso, que estou a ter neste momento, é para se aproveitar, porque dentro de pouco instantes, posso me transformar numa pessoa com ideias completamente contrárias as que estou a incluir neste discurso. E porque? Porque sou jovem, e estou numa fase espetacular da vida em que começo a definir os principais traços, que, eventualmente, me irão atribuir uma