Crítica: o grande desafio
Assim como naquele filme, Washington também atua. Mas se na produção de 2002 ele foi coadjuvante, aqui ele protagoniza como o verídico professor Melvin B. Tolson, que liderou uma turma de garotos prodígios da Willey College, instituição apenas para negros.
Incentivados pelo tutor, os jovens Henry Lowe (Nate Parker), Samantha Booke (Jurnee Smollett) e James Farmer Jr. (Denzel Whitaker) formaram uma equipe praticamente imbatível de debatedores (daí o título original, “The Great Debaters”; “os ótimos debatedores” em português) entre os anos 20 e 30, primeiro derrotando as principais universidades para negros, e depois, conseguindo um confronto histórico com a toda poderosa Harvard, formada por alunos brancos.
A competição, que não tem tradição no Brasil, reúne duas equipes de estudantes que precisam argumentar e convencer jurados sobre temas pré-definidos.
Apesar do tema que remete a filmes como Meu Mestre, Minha Vida, Escritores da Liberdade e outros longas sobre pessoas que transformaram a vida de outros seres humanos, O Grande Desafio tem personalidade própria.
Washington filma a trajetória dos protagonistas sem apelar para o melodrama, diferente da maneira que Clint Eastwood fez recentemente em Invictus, buscando o choro do público a todo o momento. A história, por si só, já emociona e pode levar às lágrimas. Principalmente quando constatamos que, mesmo após a escravidão ter sido abolida há anos nos EUA, negros eram incendiados no Texas