Crítica sobre o filme Hooligans
O filme ilustra a cega paixão de alguns jovens torcedores por seu time de futebol. Paixão essa que os cega para com o cotidiano considerado "politicamente correto pela sociedade". Envoltos em uma vida de brigas, confusões, bebidas e fanatismo, esses jovens não conseguem entender a gravidade de seus exagerados atos até que os mesmos atinjam níveis extremos, ao ponto de abrir-lhes os olhos, como se dissesse "o que diabos você fez / faz / está fazendo?".
Mas o fanatismo que por muitos é visto como exagerado, pode ajudar outros a compreenderem uma regra simples da vida: a mesma não existe sem um propósito, seja ele qual for. Para aqueles jovens, a razão de existir consiste em defender a honra de seu time e de sua torcida organizada, acima de todas as coisas. É o propósito que os enche de confiança, de força, de sentido de viver. Um fanatismo, de fato, mas também uma razão para seguir em frente.
Idealismos à parte, é inegável que esse tipo de organização social provoca consequencias irreparáveis e irresponsáveis nas vidas das pessoas que com ela se envolvem. Famílias são destruidas, cidades são depredadas, vidas são sacrificadas. E geralmente os motivos pouco importam: a tal "honra" é levada acima da racionalidade, e transforma a questão do esporte, do time, da própria organização, em uma mera alegoria.