Crítica da obra Dom Casmurro de Machado de Assis
Um verdadeiro Dom casmurro ou um pobre traído? Essa é a pergunta que o leitor faz a si mesmo. Machado de Assis foi genial ao produzir tal obra, pois apesar dela ter sido produzida no século XIX, a mesma está viva e gera inúmeras discussões até os dias de hoje.
A obra machadiana é um verdadeiro manancial de duvidas e incertezas, acerca da suposta traição de Capitu para com Bentinho. A obra é realista por tratar de temas, como: Adultério e ciúme excessivo. Contudo, a história é narrada por Bento Santiago (bentinho), sendo ele o autor-narrador da narrativa. Dom casmurro, assim como fora batizado por um estranho em um trem por ser extremamente fechado e carrancudo, conta suas memórias vividas em outrora, ele transcorre contando suas reminiscências desde o namoro de infância com Capitu, sua ida ao seminário, sua formação no curso de direito em São Paulo e por fim sua trágica separação com sua suposta traidora/mulher, Capitu.
Portanto, se Capitu traiu ou não Bentinho ninguém irá saber, mas me pergunto, Por que Ezequiel (filho de Bentinho e Capitu) se parece tanto com Escobar (melhor amigo de Bentinho)? Será que tal semelhança física não é coisa da mente doentia de Bento Santiago? José Dias o agregado da casa da família de Bentinho, é quem da fé da tal familiaridade de Ezequiel e Escobar, com isso, a suposta duvida de Bentinho já ter sido traído pela esposa, agora vem a tona, e torna-se uma certeza para ele. No entanto, penso que por Bento Santiago ser o narrador da história, ele dá voz a Capitu e fala o que quer a respeito dela, pois ele tem o poder de qualquer coisa, por ser o autor, narrador e a voz masculina da narrativa. Com isso, Capitu torna-se uma personagem coadjuvante em suas mãos.
Ouço algumas pessoas equivocadamente dizerem: "Acho que Capitu traiu Bentinho" outras "Não, Capitu não traiu Bentinho". Não podemos afirmar algo que o próprio autor deixa obscuro e incerto. Pois é exatamente na dualidade que a narrativa de machado