cruzadas
obrigações dos servos, o que levou muitos destes a abandonar as terras em que viviam ou a serem expulsos delas. Tal situação começou a colocar em crise as relações servis que sustentavam a economia feudal.
A crise atingiu não só os camponeses, mas também os nobres, que, para não fragmentar seus domínios, passaram a fazer uso do direito de primogenitura, pelo qual apenas o filho mais velho poderia herdar o feudo.
Com isso, os filhos mais novos eram obrigados a procurar outros meios de sobrevivência. Jovens cavaleiros saíam então pelo mundo em busca de oportunidades: um casamento vantajoso, o seqüestro de alguém da alta nobreza para cobrar resgate, etc.
Tais condições, somadas ao espírito de aventura dos cavaleiros e às disputas territoriais, propiciaram um clima de constantes lutas entre a nobreza. Na tentativa de controlar a situação, no início d século XI o papa proclamou a Paz de Deus, pela qual os combates foram limitados a noventa dias por ano.
Foi meio a essa situação que o papa Urbano II lançou seu apelo à cristandade, dando início às Cruzadas.
A todos aqueles que partirem para as Cruzadas e perecerem no caminho, seja por terra, seja por mar, ou que perderem a vida combatendo os pagãos, será concedida a remissão de seus pecados.
Essas palavras, pronunciadas solenemente pelo papa Urbano II no
Concílio de Clermont (na França), em 1095, deram inicio às Cruzadas, expedições militares e religiosas organizadas na Europa ocidental com o objetivo de libertar a Terra Santa das mãos dos muçulmanos. Situada na
Palestina, essa região estava ligada às tradições cristãs, pois fora ali que
Jesus tinha vivido e difundido sua doutrina.
Com as Cruzadas, o papa esperava conquistar não só Jerusalém e o Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido sepultado, mas também a liderança da cristandade, tanto do Ocidente –, quanto do Oriente – sobre o imperador e a Igreja bizantina. Esta última estava afastada da Igreja de Roma desde o
Cisma do