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Orlov é narrador de sua própria história, jamais manifestando remorso ou consciência durante uma transação. Seus comentários são ácidos e ferinos, jamais poupando as instituições políticas e sociais, como se tentasse minimizar a si mesmo e a sua consciência o que faz de errado. Para ele, aliás, nada do que faz é imoral ou errado e, ao falar sobre o porque de não mais negociar com Bin Laden, por exemplo, Orlov dispara: "nunca se deu devido a questões morais; os cheques deles simplesmente retornavam". O cinismo dos seus comentários e o seu caráter um tanto niilista casam perfeitamente com as músicas da trilha sonora escolhida a dedo para ilustrar com ironia as mais diversas passagens de sua carreira e vida pessoal.
Com O Senhor das Armas, Niccol tenciona ser chocante, engajado. Não faltam referencias a recente história contemporânea, quando as armas parecem ter adquirido o estatuto de divindades e são tão comuns em nossas vidas (com os cada vez mais violentos jogos de videogames e filmes, por exemplo) quanto o são para os cada vez mais jovens soldados africanos (muitos deles, crianças que mal tem forças de carregar as metralhadoras que portam).
Senhor das Armas As suas personagens são porta-vozes do seu