Cronica

Caso de metonímia
Se tomarmos por base a gramática que temos sempre aprendido, saberemos os diferentes tipos de metonímia.
“Empresas desviam R$425 milhões do Metrô e CPTM”. Estranho, não? Pois é! Essa é uma manchete extraída do jornal “Metrô News”, publicada no dia 08 de Agosto de 2013. Se tomarmos por base a gramática que temos sempre aprendido, saberemos que no contexto houve uma figura de linguagem chamada metonímia. Em “Empresas desviam ...”, o jornalista usou a palavra “empresas” se referindo aos donos das empresas e o verbo “desviar” à ação dos donos; a solução para a manchete seria “Empresários desviam R$425 milhões do Metrô e CPTM”
Segundo o professor Sérgio Nogueira Duarte da Silva, formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, atualmente, instrutor e consultor de português do jornalismo da TV Globo, a metonímia é uma figura de retórica que consiste no emprego de uma palavra fora do seu sentido básico (do seu contexto semântico normal), por efeito de contigüidade, de associação de ideias. Na manchete citada no parágrafo acima, o tipo de metonímia utilizada foi a do gênero pela espécie.
Em “Quênia diz ter matado dois terroristas de grupo que atacou shopping”, manchete do dia 23 de setembro de 2013 retirada do jornal eletrônico da “Folha.com”, ocorre também um exemplo de metonímia (singular pelo plural). “Quênia” refere-se a um país da África Oriental, mas quem lê a manchete pressupõe que Quênia é um nome de uma pessoa (eu não sabia que um país falava e matava, mas é isso o que parece). Na realidade, o ato é praticado pelas forças de segurança do governo Queniano e, para uma melhor clareza do leitor, a manchete poderia ser escrita da seguinte forma: “Seguranças do governo do Quênia dizem ter matado dois terroristas de grupo que atacou shopping”.
Mas não é somente em manchetes de jornais e revistas e em propagandas que encontramos a metonímia. Oswaldo de Andrade, no poema “A laçada”, usou uma palavra no lugar de outra,