cronica

397 palavras 2 páginas
Que direito temos, nós, pobres e falíveis mortais de julgar o próximo?
Tantas vezes assistimos notícias sensacionalistas na mídia e num instante irrefletido formulamos um juízo de valor. Diante dos fatos expostos, palavras ditas, e baseados em nossas vivências em fatos anteriores, aparentemente semelhantes, julgamos. Não raro condenamos e aplicamos a pena.
Tristes de nós, pobres humanos.
Nos esquecemos das tantas ocasiões em que inocentes são condenados e, quando têm sorte, são absolvidos mais tarde, pela lei dos homens. Livres aparentemente. Mas quem pensa naquele ser humano que durante pouco ou muito tempo sofreu sem culpa? Das humilhações que passou? Do pavor diante da violência de um ambiente hostil? Das oportunidades que perdeu, dos amigos que lhe viraram as costas, da vida da qual foi “abduzido”, jogado num mundo surreal, improvável, injusto?
Quem são estas pessoas que são acusadas de crimes que não cometeram? Quem eram elas antes de uma acusação insana mudar suas vidas? O que elas representavam na pequena ou grande comunidade em que viviam suas vidas simples? Que marido ou esposa elas eram? Que pai ou mãe? Irmão ou irmã? Que dedicação tiveram à família? Quantas noites insones passaram velando pelos seus, enfermos, carentes, necessitados? Quanto buscaram conhecer sobre os problemas de saúde dos que amavam? Quanto se doaram, quanto amaram, quanto abriram mão de si próprios, de sua própria saúde, sonhos, por aqueles que chamaram de família?
Quem são estes que, sem ter a mínima chance de serem ouvidos, foram jogados na lama, no esgoto, expropriados de tudo?
Quem são estes que tem hoje seus braços vazios, quando tudo que queriam era ter a família, os filhos pequeninos e assistir no sofá da sala um programa de TV de domingo?
Toda história tem dois lados, ou até mais. Às vezes um fato isolado precisa ser analisado seguindo toda uma cronologia, toda uma história pregressa. As pessoas não são um instante em suas vidas. Elas têm uma vida, dias, anos. Não se

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