Cronica: memórias
Memórias...
Como professor , tenho acompanhado de perto as mudanças da juventude no âmbito escolar e familiar e tenho chegado à conclusão de que essas mudanças ocorreram a muitos anos e que hoje colhemos frutos de árvores plantadas a muito tempo.
. Eles chegam aqui tímidos, atentos ao que acorre ao redor, como que procurando saber o que rola na “escola grande”. (recebemos aqui alunos a partir do atual sexto ano antiga quinta série, na faixa dos onze anos). À medida que o tempo passa vão se sentindo em casa e ai as mudanças tornam-se evidentes no aspecto problema. Não tem sido raro enfrentarmos os mais diversos desafios promovidos por alunos de todas as séries. E é fato notório que a problemática não é privilégio nosso.
Na última reunião de pais números problemas vieram à tona: pais reclamam de que a escola não dá a devida atenção aos seus filhos e não os avisa de quando ocorrem problemas. Tema logo rechaçado pela exposição de ter em meus arquivas mais de 600 registros de contatos com pais de alunos com ocorrências. Faltas, indisciplina, entre outras.
Quando vejo pais reclamando de como a Escola falha em cuidar de seus filhos lembro-me da criação que tive no interior de São Paulo...
Éramos uma família numerosa. Meu pai, minha mãe, eu e meus 16 irmãos. Sim dezesseis. Éramos uma família grande e feliz. Lembro-me de nossa casa feita de pau a pique. As paredes eram rebocadas com barro. Era tudo muito humilde, mas nunca nos faltou o suficiente e às vezes mais do que isso. Papai e mamãe eram pessoas honestas e trabalhadoras e com muito sacrifício nos ensinaram uma lição que trago comigo até hoje nos meus mais, muito mais de sessenta anos bem vividos. Lição essa que tenho procurado passar aos pais que sentam em frente a minha mesa: “A família é o berço de tudo”.
Lembro-me bem, nossa casa tinha uma grande sala. No canto havia uma mesinha de madeira bruta e sobre está uma imagem que representava a mãe de Jesus. Como Católicos fervorosos